Bruno Villas Bôas, O Globo
Num mercado de trabalho cada vez mais globalizado, os jovens brasileiros estão perdendo a corrida na disputa por uma vaga para estudantes de outros países por causa da qualidade precária do ensino fundamental e médio do país, inclusive nos colégios particulares, revela reportagem publicada na edição deste domingo do GLOBO.
Um estudo da consultoria Heidrick & Struggles - uma das maiores do mundo em contratação de executivos - mostra que essa fase dos estudos pode ser um problema para formação de talentos brasileiros para o mercado internacional.
O Global Index Talent 2011 (Índice Global de Talentos, em inglês), elaborado pelo consultoria, coloca a qualidade do ensino fundamental brasileiro na 35 posição num ranking de formação de futuros executivos que envolve 60 países.
Nesse ranking, o Brasil fica atrás de qualquer país desenvolvido e mesmo de outros emergentes, como Rússia (27), Argentina (30) e Coreia do Sul (33). Para especialistas, os números revelam um entrave para um país que avança em seu papel no mercado global.
Sócio das operações brasileiras da Heidrick & Struggles, Dárcio Crespi, um dos principais caçadores de executivos do país, explica que a qualidade do ensino básico deixa profissionais para trás na competição global.
- Um ensino fundamental fraco se transforma em um ensino médio pobre e um ensino superior sofrível. É como uma bola de neve. Se não existe uma formação boa na base, a pessoa precisa fazer um esforço muito grande para suprir aquelas deficiências nos anos seguintes. E o ensino brasileiro, na média, não ajuda os talentos a se destacarem - afirma Crespi.
Leia mais em Ranking de qualificação de jovens para mercado global põe Brasil em 35º lugar, entre 60 países
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