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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Plástico é alternativa para a geração de eletricidade Tecnologias disponíveis podem contribuir para reaproveitamento

Plástico é alternativa para a geração de eletricidade
Tecnologias disponíveis podem contribuir para reaproveitamento
Adriana Lampert
MARCO QUINTANA/JC
Luiz Hartmann quer ampliar reciclagem do material enviado a lixões
Luiz Hartmann quer ampliar reciclagem do material enviado a lixões
A exemplo do que se faz em diversos países, a Usina Verde, situada dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na capital fluminense, transforma plástico em energia elétrica através de reciclagem feita pela queima do material em fornos a uma temperatura de 1.000o. Única planta do gênero existente no Brasil, a usina ocupa área de 5 mil m2, com capacidade de incinerar o lixo de aproximadamente 40 mil habitantes. Apesar dos números modestos, o empreendimento deve servir de modelo para projetos de unidades comerciais maiores em todo o País. Ao menos esse é o desejo de seus administradores, conforme revela o responsável técnico da Usina Verde, Jorge Pesce, que divulgou a tecnologia durante o Fórum Brasileiro de Reciclagem Energética de Resíduos Sólidos com Ênfase em Plásticos (Energiplast 2011), na quinta-feira, na Fiergs.

Derivado de petróleo, o plástico tem alto poder energético quando queimado, explica Pesce. "É um desperdício muito grande de energia, que este material seja destinado a aterros sanitários", opina. Ele acredita que ainda é necessária uma conscientização maior da sociedade, apesar do aumento dos aterros sanitários em todo o País, ocorrido entre os anos de 2002 e 2008. De acordo com ele, o custo de uma usina com capacidade para 150 toneladas de lixo é de R$ 45 milhões a R$ 48 milhões. O projeto oferece ainda a vantagem de eliminar em 100% a emissão do gás metano, responsável pelo efeito estufa.

Outra alternativa para o destino de resíduos foi apresentada pelo vice-presidente da Sil Soluções Ambientais, engenheiro Fernando Hartmann. Ele anunciou estudo para implementação de usina térmica de 6,2 MW no aterro sanitário administrado pela empresa, em Minas do Leão. "Desde 2001, atendemos 140 municípios gaúchos, recebendo cerca de 80 mil toneladas/mês de lixo. No futuro, através da decomposição de resíduos orgânicos estaremos gerando energia para cerca de 10 mil pessoas", projeta. Com o investimento orçado em R$ 18 milhões, a obra deve começar a partir de 2012, após liberação dos licenciamentos necessários.

De posse de tecnologia americana de conversão térmica de plásticos em combustíveis, a empresa Nova Energia Desenvolvimentos Energéticos tem projetos de 21 unidades de tratamentos na área. "O resultado será a produção de nafta, óleo diesel e óleo combustível leve", resume o engenheiro-químico Luciano Coimbra. A primeira planta deverá ser implementada na Bahia, anuncia. Porto Alegre também está nos planos da empresa, que prevê investimento de R$ 540 milhões até 2016.

De acordo com o coordenador do evento, Luiz Henrique Hartmann, a reciclagem mecânica consegue reaproveitar apenas 20% de tudo que é descartado. "No caso do plástico, os 80% restantes acabam sendo enviados para aterros sanitários ou outros locais não adequados, como lixões."

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